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segunda-feira, 9 de março de 2015

Andar de cima, andar de baixo… O que é isso afinal?




Andar de cima, andar de baixo… O que é isso afinal?

Dia desses vejo a pérola que o governo vai aumentar os impostos para o “andar de cima”. Que fofo não é?! Isto significa que vai cobrar mais impostos dos ricaços, certo?

- ERRADO, vai cobrar da gente mesmo.
Se você é daqueles iludidos que acreditam no discurso das “elites” ou do “andar de cima”, você já parou para pensar o que isso significa? Quem são as “elites” do Brasil?

Para mim o camarada que cunhou essa definição é um gênio do marketing, pois, em uma única frase, em um único golpe, ele simplesmente fez com que quase todo mundo fosse elite, explico:

Classe média brasileira é definida pela renda per capta, ou seja, pela renda da família dividida pelo número de membros, e temos que uma renda per capta entre R$350,00 e R$1100 faz o cidadão ter uma vida de classe média.

Agora, tomemos o exemplo:

Caso um cidadão ganhe um salário mínimo e meio, algo como R$1.200,00, e viva sozinho, está estatisticamente no limite superior da classe média, pois bem, para esse cidadão, quem ganha R$1.500,00 é definitivamente alguém da “elite”, do “andar de cima”, certo?

Afinal o camarada faz parte de outro extrato social, o mesmo vale para quem ganha R$2.000,00 em relação a quem ganha R$1.500,00 e assim sucessivamente.

Para quem anda de busão, alguém que está em uma CG125 é elite; mas para quem tem uma CG125, elite é ter um Gol bola; e para quem tem um gol bola, elite é ter um UNO... acho que vocês já sacaram o que eu quero dizer, né?!

Lembra-se que eu disse que o camarada que começou com essa definição é um gênio? Então, é mesmo! Todo mundo virou elite e ao mesmo tempo ninguém é de fato, pois tem sempre alguém no “andar de cima”, o discurso carregado nessa afirmação só não serve para que ganha menos que R$350,00 por mês, o resto é tudo “andar de cima” mesmo.

Claro que ao final existirão alguns bilionários no topo da pirâmide, mas, convenhamos, não é essa gente que representa o grosso da arrecadação, por mais que se crie taxas adicionais sobre essa gente, não fará quase nenhuma alteração significante na arrecadação total de impostos e muito menos nos serviços públicos que temos a nossa disposição.

Vejam os projetos que falam em taxar grandes fortunas, taxar lucros e dividendos de pessoas físicas, herança, entre outros, falam em aumentar a arrecadação entre algo como 3,5 a 30 bilhões de reais por ano, uma verdadeira montanha de dinheiro, certo?

Mas tenha em mente que a atual carga tributária brasileira é de R$1.800.000.000.000, ai pergunto, será mesmo que aumentar em 30 bilhões de reais (na melhor das hipóteses no primeiro ano, já que depois dessa paulada, os donos da grana irão seguramente dar um jeito de proteger o seu patrimônio, colocando em nomes de filhos, mandando para o exterior, não declarando...) é realmente algo que trará algum alivio para as contas do governo? Estamos falando de 0,017% de incremento na arrecadação. Não me parece significativo. Fazer o PIB atingir 1% ao ano traria um incremento de arrecadação estupidamente superior, sem a necessidade de aumentar a já alta carga tributária brasileira, mas isso é mais difícil.

Acredito que o governo sabe disso, mas segue adiante com essas ideias, muito mais para fazer valer o discurso de justiça social e deixar a sua base eleitoral contente com tais atitudes, afinal fazer um rico menos rico, sempre deixa muita gente feliz, mesmo sabendo que nenhum pobre deixará de ser pobre por conta disso.

Agora, quando o governo diz que vai taxar ainda mais o “andar de cima”, tome cuidado, antes de aplaudir tal iniciativa como parte de uma justiça social, pense bem, pois tem uma chance muito grande de você estar no “andar de cima” e não sabe.

http://www.canaldootario.com.br/
Fonte – canal do otário.

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